Orgulho e preconceito (Pride & Prejudice) é uma história muito envolvente, o filme está muito a frente de ser apenas mais uma obra que relata um relacionamento amoroso, ele valoriza os sentimentos e personalidade mais profundos de seus personagens, indo muito além de histórias baseadas em demonstrações físicas de amor.
O palco para a história é a Inglaterra com suas exuberantes paisagens ruralistas, lá vivem os Bennets uma família de classe social baixa que vê-se envolvido em uma situação um tanto desesperadora. Por não terem tido ao menos um único filho homem, Sr. Bennet (Donald Sutherland) já em idade avançada, enfrenta a triste realidade de deixar todos os seus bens a um primo distante, Sr. Collins (Tom Hollander). Diante dessa situação a caricata Sra. Bennet (Brenda Blethyn) encara com desespero a missão de deixar todas suas filhas bem casadas antes que o ancião da família venha a falecer.
As Mulheres da Família Bennet em ordem: (Mary, Elizabeth, Jane, Sra. Bennet, Kitty e Lydia)
Casar porém não era apenas uma questão de escolha, a época era quase imoral permanecer solteira em idade avançada, caracterizando-se como um estado vergonhoso para as ditas “solteironas” e para a família dessas moças, dessa forma, as peculiares filhas da família Bennet com suas personalidades bem diferentes e demarcadas não fugiam a regra, do desejo de se arranjarem com alguém capaz de lhe darem o devido sustento.
A vida das moças torna-se agitada quando um rico jovem muda-se para a vizinhança do condado, Mr. Bingley (Simon Woods) logo se encanta pela bela e tímida Jane (Rosamund Pike), a filha mais velha dos Bennets, já Elizabeth (Keira Knightley) destacando-se pela atitude destemida e inteligente logo se vê inegavelmente interessada no misterioso e não menos rico, Mr. Darcy (Matthew Macfadyen), os momentos iniciais da convivência dos dois, permeados pelo inegável orgulho da moça e a atitude preconceituosa de Mr.Darcy em relação a classe social de sua família, já deixam bem claro que em meio a diálogos ácidos entre ambos, surgiria uma delicado e inibido sentimento entre o casal.
A chegada de Mr.Darcy e Mr. Bingley a cidade.
Apesar do clichê que isso pode parecer, a história é bem desenvolvida, e não seria adequado dizer que consiste em apenas mais uma história melosa de amor. Os acontecimentos se entrelaçam, e o espectador é completamente envolvido pelos sentimentos mais profundos e confusos de suas personagens.
O cenário são bem grandiosos, focados em detalhes e contrastes, ora estamos apreciando o quintal repleto de gansos da moradia dos Bennets ora estamos nos mais grandiosos salões dos bailes promovidos pela família mais rica da região. Destaque para a cena de dança entre Elizabeth e Darcy em que a profundidade de seus olhares e envolvimento faz com que todos desapareçam a sua volta, não existindo ninguém mais além do casal na perfeita sintonia do momento.
Elizabeth Bennet (Keira Knightley)
O filme é mais uma das muitas adaptações da obra de ane Austen, sendo uma das mais famosas obras literárias da Inglaterra, perdendo apenas para a trilogia do Senhor dos Anéis. Jamais imaginaria que um dos livros mais divertidos que já li, e que está no ranking dos meus queridinhos “O Diário de Bridget Jones” também estaria prestando uma homenagem a obra de Austen ao batizar o dito homem perfeito, com o nome Darcy. E é isso mesmo! O personagem criado por Austen no século XIX arrebatou corações e é até hoje considerado o homem ideal por muitas românticas, devo admitir que achando a personalidade do personagem e a interpretação de Matthew Macfadyen irresistivelmente boas acho que também acabei entrando para esse grupo ;)