Assistindo ao trailer de Billy Elliot pouco esperamos além de um filme comum permeado por muita dança. Não se iluda achando que o filme limita-se a isso.
Falar de preconceito atualmente é até uma espécie de modismo, Billy Elliot apesar de ser uma obra inglesa realizada em 1999 permanece atual, já que por mais que afirmem o contrário, o ser humano continua preso a tabus e a opiniões que são herdadas do tempo em que a sociedade punia ainda mais quem decidisse ser diferente dos padrões estabelecidos, então, esteja preparado para deixar seus preconceitos de lado, caso os tenha, para poder assistir a Billy Elliot aproveitando- o de maneira completa.
A proposta do filme é simples: Billy Elliot apenas quer dançar, na verdade ele descobre que a dança é uma verdadeira motivação para viver, e então começa a perceber que essa decisão pode lhe trazer grandes desafios, com relação a sua família, pessoas simples que tornaram- se endurecidas pela vida, e também da própria sociedade conservadora.
A história se passa no interior da Inglaterra, no período em que o país era governado por Margaret Thatcher, a conhecida dama de ferro, certamente um tempo difícil para a classe trabalhadora e sindicatos que reinvidicassem possiveis melhorias. E é nesse periodo conturbado em meio a greves e com os mineiros da região em situação muito delicada que situa-se o filme.
Afim de realizar seu próprio sonho, Jackie Elliot (Gary Lewis) mais um trabalhador das Minas da região, ainda que com grande dificuldade paga aula de boxe para o filho Billy Elliot (Jamie Bell) que mostra-se completamente desajeitado e sem talento algum para o esporte. É ai que quase que por acaso, quando as aulas de ballet são transferidas para o mesmo salão utilizado pelos boxeadores aprendizes, que Billy descobre- se na dança contando com uma importante aliada, a professora Mrs. Wilkinson (Julie Walters), que logo percebe que o menino possui um dom nato para o Ballet, tornando-se assim, uma importante incentivadora para que Billy enfrente todos os desafios e prossiga com seu sonho.
O filme faz dura crítica a associação do Ballet ao homossexualismo, além de contar com empolgantes cenas de danças, acompanhando por uma trilha sonora muito boa. Percebemos as diferenças drásticas que existe entre o mundo do Ballet e toda delicadeza que o rodeia, contrastado com os confrontos entre os grevistas e a polícia local.
Billy Elliot está aí pra mostrar que não necessariamente reside em cenas super produzidas a verdadeira qualidade das produções cinematográficas.