Já faz algum tempo que adquiri certa resistência com obras românticas. Geralmente ou são histórias já batidas exploradas a exaustão por diversos autores o que torna o seu desfecho um verdadeiro clichê, ou são histórias comoventes, que envolvem um sofrimento profundo que na certa irá me levar às lágrimas em algum momento da trama.
Talvez esteja apenas relutante em chorar (já tenho motivos suficientes, afinal) e foi com esse sentimento que entrei na sala de cinema para assistir A Culpa é das Estrelas, claro que todos os meus esforços foram em vão, mas pelo menos consegui demonstrar as minhas emoções de maneira controlada, diferente da grande maioria das espectadoras que choravam copiosamente durante todo o filme, certamente, fãs fervorosas da obra de John Green.
A história conta o drama de Hazel Grece (Shailene Woodley), uma adolescente prestes a completar 17 anos que sofre com um câncer terminal nos dois pulmões. Com dificuldade constante de respirar a garota precisa levar consigo para onde quer que vá um cilindro de oxigênio, sem nenhuma perspectiva de vida, ela gasta seus dias em casa, vendo reality show na tv e lendo insistentemente o mesmo livro.
Shailene Woodley como Hazel e Ansel Elgort como Gus
Para tentar livrá-la da depressão, sua mãe a obriga a participar de um grupo de apoio psicológico onde adolescentes se reúnem para contar suas experiências com o câncer e outras doenças graves. É aí que ela conhece Augustus Water (Ansel Elgort), um garoto que sofre de Osteossarcoma um tumor ósseo maligno que o fez perder uma perna.
Os dois personagens são bem diferentes entre si, enquanto Hazel procura se afastar das pessoas para evitar propagar o sofrimento quando ela partir, Augustus teme ser esquecido, aliás, o seu maior objetivo é realizar grandes feitos que possam entrar para a história.
O romance entre o casal demora a decolar propriamente dito, eles, sobretudo, se tornam amigos, compartilham os seus medos mais profundo e tentam se divertir de alguma maneira. Gus é o chamado menino perfeito que empenha seus esforços para levar Hazel a uma viagem inesquecível a Holanda, a qual ela terá a oportunidade de conhecer o autor do livro que prendeu a sua atenção por tanto tempo.
O filme, apesar de abordar o câncer, não cria um clima pesado demais. Somos apresentados ao sofrimento de um jovem casal, porém, vemos que a vida é repleta de possibilidades mesmo nos momentos mais críticos.
Para mim A Culpa é das Estrelas é uma versão mais recente de Um Amor para Recordar, um dos meus filmes de romance adolescente favorito. O tema pode até parecer batido, há sim um clima de romance e conquista no ar e no final, inevitavelmente surgirão algumas lágrimas mas, as vezes vale a pena deixar a relutância de lado e deixar-se levar por uma história dramática que pode nos ajudar a refletir sobre o que é realmente importante em nossas vidas.