Finalmente, depois de alguns meses, consegui finalizar a leitura de Maus: A História de Um Sobrevivente. Essa HQ estava há tempos na minha listinha de próximas leituras, mas sempre acabava deixando-a para depois.
Essa Graphic Novel conta a história de Vladek Spiegelman um Judeu Polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, localizado no sul da Polônia.
Acompanhamos grande parte da vida de seu protagonista, desde os momentos antes da guerra até o seu desfecho, quando Vladek finalmente é libertado após ter passado por todos os horrores da Segunda Guerra Mundial.
A HQ é contada de maneira bem interessante. Trata-se na verdade, de uma narrativa dentro da outra. Quem nos conta essa história é o já então escritor Art Spilgman, filho de Vladek que faz visitas frequentes ao pai, a fim de ouvir os relatos sobre a sua vida como prisioneiro em Auschwitz.
Eu achei esse detalhe muito importante para que me aproximasse dos personagens. Acompanhamos a vida de Vladek em sua juventude, mas também passamos a conhecer o personagem já na terceira idade e o relacionamento um tanto conturbado entre pai e filho.
Ao passo que descobrimos Vladek como um rapaz corajoso e inteligente, característica que foi essencial para que sobrevivesse ao Holocausto, também nos deparamos com um idoso ranzinza e mesquinho, e refletimos se isso se trata apenas dos traços de sua personalidade ou das marcas profundas de sofrimento deixadas pela guerra.
Um dos pontos altos da história é a construção da vida do personagem em meados dos anos 30 e o total declínio que ocorreu após o início da perseguição aos judeus. Acompanhamos o seu relacionamento com Anja, sua esposa e seu filho Richieu e todos os esforços desempenhados para manter uma vida minimamente digna quando o cerco começou a se fechar.
O principal destaque de Maus (rato, em alemão) é a antropomorfização dos personagens. Os judeus são retratados como ratos; poloneses não judeus, como porcos; os alemães recebem traços felinos; já os americanos são representados como cães. Esse detalhe genial, que faz de Maus uma HQ única, não infantiliza nem um pouco esse comovente relato do Holocausto, muito pelo contrário, esses são os animais mais humanos que poderemos encontrar.
A arte é extremamente simples e em preto e branco, porém é rica em detalhes e ideal para transmitir ainda mais o peso dessa história. Maus tem uma leitura bem densa, isso explica em partes a dificuldade que tive em terminá-la. Preferia ler poucas páginas por dia para dar tempo de digerir a enxurrada de informações transmitida em cada capítulo, mas isso de certa forma foi benéfico, já que o livro se tornou um verdadeiro companheiro.
Eu gostei muito dessa história e com certeza, recomendo! Vocês também já leram essa HQ? Gostaram?