Apesar de não ter alcançado o título de melhor filme de 2014, Gravidade, produção cinematográfica estrelada por Sandra Bullock e George Cloney, foi o filme mais premiado do Oscar, levando no total, sete estatuetas. A produção ganhou grande visibilidade por trazer as telas a agonia da solidão e as imagens impressionantes do espaço.
Sandra Bullock é a protagonista da trama, ela encarna a Dra. Ryan Stone, Engenheira médica que parte numa expedição rumo ao espaço para consertar o telescópio Hubble. Como líder da equipe, temos o experiente Matt Kowalsky interpretado por George Clooney que realiza a sua última missão antes da aposentadoria.
Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) e Matt Kowalsky (George Clooney) durante a missão espacial
O rumo da história logo se define quando, nos primeiros atos do filme, os astronautas da Nasa sofrem um grande baque ao serem atingidos por destroços de outros satélites. A partir de então, a novata Doutora torna-se a grande responsável pelo seu próprio destino. Sem nenhum tipo de comunicação e com o oxigênio prestes a acabar, Ryan precisa se superar a cada novo imprevisto e desastres que surgem como em uma reação em cadeia.
Gravidade preocupa-se apenas com o momento atual da história. O filme não introduziu lembranças passadas da vida de seus personagens como forma de comover e criar um laço de empatia com o público. Diferente de outros filmes que apresentam tema semelhante, a estratégia foi justamente, não desenvolver por completo a personalidade dos personagens, dessa forma, fica por conta dos espectadores absorver os poucos fragmentos revelados de suas histórias através dos escassos diálogos do longa.
Dra. Ryan Stone num dos momentos mais importantes do Longa
O ritmo é lento e grande parte da história representada por um único personagem. No contexto da solidão, a bela fotografia cumpre a sua parte com a vista do planeta Terra olhado de cima. Além disso, o filme traça um paralelo interessante entre o instinto de sobrevivência do ser humano e a falta de motivação para continuar a viver.
Pelo foco na parte técnica e nos efeitos especiais se sobressaindo a construção e desenvolvimento de uma história propriamente dita, Gravidade lembra o clássico 2001, uma Odisseia do Espaço (1968) de Stanley Kubrick, talvez justamente pela carência de algo a mais além da aventura espacial, Gravidade tenha deixado a desejar em alguns aspectos essenciais para torná-lo realmente marcante.