Livro: The Hunger Games

The Hunger Games ou jogos Vorazes! Um nome como esse me levou a crer que encontraria pela frente algo no mínimo sangrento, mas se é isso que você esta esperando, então afaste-se o mais depressa possível desse livro.

Quando comecei a ler, logo percebi que trata-se na verdade, de uma história violenta para garotinhas românticas, ou seja, o livro acaba se tornando um poço de clichês quando tenta transformar qualquer resquício de violência em algo fofinho e inocente.

A história inicia-se quando Prim, irmã de Katniss Everdeen é sorteada como tributo do distrito 12 ao lado de Peeta Mellark para 74° edições dos Jogos Vorazes. Vale lembrar que a história passa-se no futuro, num país chamado Panem que ficaria no território hoje correspondente a América do Norte, que após passar por diversas guerras, dividiu -se em 12 distritos, todos submetidos ao comando da Capital. Os jogos acontecem todos os anos, para reafirmar o poder e controle que a Capital exerce sobre os demais. No total são 24 participantes (um casal de cada distrito) com idades entre 12 e 18 anos, que são jogados em uma arena para lutarem até a morte. Enquanto tudo é transmitido para a população numa espécie de Reality show.

Katniss mostra-se corajosa, assumindo a posição da irmã e oferecendo a si mesma como tributo. A personagem poderia até ser bem interessante, se tudo não fosse tão facilitado para a protagonista para é claro, não chocar as garotinhas românticas ao qual, o livro é destinado.

Primeiro ponto que eu achei muito forçado: Ao longo da competição fica claro a tecnologia absurda que a Capital possui, por exemplo, os organizadores dos jogos conseguem esquentar ou resfriar a temperatura de uma vasta região selvagem, alterar geneticamente animais para que se tornem altamente perigosos e letais, produzir fenômenos extraordinários da natureza, possuem também câmeras invisíveis que transmitem imagens de alta resolução esteja os participantes nos lugares mais inóspitos que exista. Dai a pergunta: Não há sentido em precisar fazer uma competição como essa pra intimidar os outros distritos, na sua maioria, pobres, se já é visível que eles não teriam chances alguma de superar esse poder avassalador. Outra opção mais aceitável que também destina-se a justificar a competição é que os jogos seriam uma espécie de diversão, um evento importante para toda a população de Panem, mas que foi descrito de maneira muito superficial e nada convincente.

O Livro tem uma grande parte de sua história nos momentos antecedentes aos jogos, em que os participantes selecionados passam por um ritual de preparação e vivem algumas semanas como celebridades, quando penso que o lenga lenga vai finalmente acabar e a competição iniciar –se de verdade, não ocorre nada realmente emocionante.

Estando em um ambiente em que as pessoas estão sob o lema de matar ou morrer, despertaria, acho eu, os instintos de sobrevivência de qualquer um, porém, até os personagens destinados a serem os vilões dos jogos mostram-se condescendestes e até mesmo gentis em alguns aspectos. Os desafios da protagonista resolvem-se de forma bem simples e em muitos momentos senti que o livro focava-se mais nas questões de como sobreviver a um ambiente inóspito e selvagem do que realmente um jogo em que é necessário haver mortes e caçadas para que haja um vencedor.

A história tinha todas as ferramentas para ser muito boa.  Tem uma temática que é forte e envolvente, mas o modo que a autora descreve as situações, já dá ao leitor a certeza de que tudo se resolverá de um modo bonitinho perdendo do plot já que a apreensão pelo perigo seria o foco que prenderia o leitor a cada página. Ao contrário do que esperava, a história foi na verdade,  perdendo um pouco de suas características como Aventura e evoluindo para um romance adolescente.

A protagonista feminina demonstrou ter personalidade forte, luta pelo que quer e assume grandes responsabilidades, mas infelizmente ela não desenvolve-se muito durante a historia. Como o livro é escrito em 1° pessoa, a autora acabou escrevendo apenas o que era referente a protagonista e as histórias, assim como os desafios dos outros participantes dos jogos ficaram em 2° plano, poupando o leitor de momentos que seriam interessantes.

Desde que surgiu a adaptação do livro para os cinemas, dizia-se que este seria o novo sucesso do público jovem- adolescente, comparando-o até mesmo a Harry Potter, mas acredito que isso não passe de uma estratégica de marketing afinal, nos últimos tempos Hollywood está constantemente tentando lançar a nova saga que conquistará o público adolescente tal como fez Harry Potter. A autenticidade da história também foi bastante contestada por haver grandes semelhanças com obras já existentes, por exemplo, Batlle Royale um livro japonês que foi adaptado para o Mangá e também para os cinemas e possui o mesmo tema de Jogos vorazes, Bem.. Deixando tudo isso de lado, o que pude concluir é que o livro é bem ruinzinho e pelo o que dizem, o filme permanece nessa mesma linha, contudo, irei assisti- lo mesmo assim, quero ver se a atuação de Jennifer Lawrence foi realmente a única coisa que conseguiu sustentar o filme como estão dizendo por ai ;)

Jennifer Lawrence como Katniss Everdeen em Jogos Vorazes

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