Hoje trago para vocês a resenha do livro Dance of Thieves mais uma obra de Mary E. Pearson lançado pela editora Darkside Books.
A autora tem um jeito todo especial de transformar histórias de Amor e Ódio (fazendo jus aqui ao título da sua primeira trilogia) em algo que apreciamos degustar.
Sendo assim, estava curiosa para conhecer de perto Dance of Thieves, a nova duologia que se passa seis anos após os acontecimentos finais de Beauty of Darkness.
Escolha suas palavras com cuidado, até mesmo aquelas em que for pensar, porque as palavras se tornam sementes, e as sementes se tornam história.
O livro chegou aqui em casa nesse último mês e apreciei demais tê-lo em mãos. Começando pela edição que é de encher os olhos, logo decidi dar um gás nessa etapa final do ano iniciando essa leitura e finalizando-a poucos dias depois.
Como a história trata-se de um spin-off não é necessário ter lido a trilogia principal, mas como revisitamos alguns lugares já descrito nas histórias anteriores e nos reencontramos com personagens queridos, acho que o impacto será bem maior se iniciar a sua leitura pela ordem de publicação.
Dance of Thieves | Dinastia dos Ladrões
Faça um desejo para amanhã, para o dia seguinte e para o próximo. Um deles sempre haverá de se tornar realidade.
Em Dance of Thieves embarcamos em uma missão especial arquitetada pela nova Rainha de Venda. Ela convoca os seus Rahtan (a guarda de elite da Rainha, título que significa “nunca falhar”) para uma missão que investigará possíveis transgressões ocorridas no extremo de seu território, local desde sempre governados pela família Ballenger, conhecidos por seguir apenas as suas próprias leis. Mas, logo nas primeiras páginas, nos é revelado o real motivo da investigação por lá: a procura pela localização de um dos traidores do Reino de Morrighan, responsável pela arquitetação dos planos que levaram a morte do então sucessor ao trono, bem como, ao sofrimento e morte de milhares de inocentes.
Se algo não parece estar certo, provavelmente não está. Confie em seus instintos.
Nessa história temos como personagens centrais Kazi, que fora em sua infância uma habilidosa ladra em Venda. Em dado momento de sua vida solitária e sofrida pelos becos da Jehendra, é pela sua impetuosidade e atitude desafiadora que Kazi conquista a confiança da Jovem Rainha. Por outro lado temos Jase, um jovem habilidoso com as espadas, que fora desde sempre preparado para assumir o posto de líder dos Ballengar, quando assim, lhe chegasse a hora. E é nesse momento delicado de transição de poder que o recém nomeado Patrei, precisa lidar com uma série de ataques e sabotagem dentro de seu próprio território, enquanto é arrebatado por um inesperada paixão por uma das Rahtan de Venda.
O desenrolar da história
Para quem já leu a trilogia principal acredito que fosse bastante previsível que o coração desses dois personagens fossem se entrelaçar em algum momento da história. Por uma série de infortúnios eventos Kazi e Jase acabam acorrentados um ao outro, tendo que agir em conjunto para sobreviver enquanto atravessam o mapa até chegar a um ambiente seguro. Logo, aqui da-se a química entre o casal que acima de todas as suspeitas e verdades não reveladas, deixam florescer uma paixão bastante intensa.
O jogo de gato e rato, ao qual o casal se submete é um dos temperos dessa trama. Vendo a história se desenrolar por pontos de vista alternados entre esses dois personagens passamos a entender e aceitar as principais motivações que os levam a tomar todas as decisões que lhes cabem em prol de um objetivo maior.
Existe magia em tudo, mas você precisa estar atenta para vê-la. Ela não vem de encantamentos, nem de poções, nem do céu, nem mesmo por meio de uma entrega especial dos deuses. Ela está em todos os lugares, ao seu redor.
Mais uma vez Mary E. Pearson consegue dividir o coração do leitor entre duas causas. É interessante esse tipo de construção de história, uma vez que nos prende a atenção, acompanhar o desenrolar de determinadas situações pelo olhar de um e de outro.
Apesar de ter aproveitado a leitura, acredito que em determinadas partes do livro a autora tenha pesado um pouquinho a mão no romance, o que acabou me dando a impressão que os sofrimentos do jovem casal eram em alguns momentos, mais importantes do que toda a trama política envolvendo a história, bem como a missão individual de cada um.
Ouça a linguagem que não é dita, Kazi, as respirações, as pausas, os punhos cerrados, os olhares fixos, porém vazios, os espasmos e as lágrimas, pois todo mundo é capaz de ouvir as palavras que são faladas, mas poucos conseguem ouvir o coração que bate por trás delas.
Dance of Thieves é um livro que exalta a força feminina, construindo personagens femininas fortes, que dá gosto de acompanhar. Foi um livro muito bom de abertura desse novo arco da história e deixa um gancho interessante para a continuarmos acompanhando o desenrolar dos fatos. Seguimos então, aguardando o lançamento do próximo livro dessa duologia.
Vocês já leram as Crônicas de Amor e Ódio? Pretendem ler essa nova aventura nesse universo? Até mais pessoal.
Nota: ☆☆☆☆ | Título: Dance of Thieves (Dinastia dos Ladrões) | ISBN: 8594541422 | Ano: 2018 | Especificações: 512 páginas | Editora: Darkside Books | Comprar: Amazon
[Esse livro foi enviado pela Darkside Books]
O que mais gosto do universo criado pela Mary é justamente a força feminina. Sim, elas são mulheres que podem amar, mas elas podem pegar uma espada e lutar pela liberdade e pelo reino. Elas sabem que são capazes, elas se apoiam, se ajudam, não tem aquela competição besta feminina em que tantos autores acabam caindo. Também achei que ela exagerou no romance neste livro, coisa que ela não fez com a Lia.
Inclusive acho que se fosse M. E. Pearson, muitos caras estariam lendo e adorando cada página e não achando que é “história de mulherzinha”.
Sim <3 esse aspecto da escrita da autora é um dos pontos altos da história, a sororidade presente nos relacionamentos entre as mulheres é algo bonito de se acompanhar.
É uma pena que esse tipo de preconceito com relação a autoras mulheres ainda exista, mas de fato, é bem isso o que você falou, se fosse só as iniciais ou fosse assinado por um pseudônimo masculino muito marmanjo iria se aventurar a ler antes de julgar dessa forma. Um beijo :)