Distopias geralmente costumam chamar bastante a minha atenção. Gosto de imaginar como seria viver em uma sociedade distópica, com novos hábitos, valores, estilo de vida, mas confesso que após a leitura de duas grande obras desse gênero (1984 de George Orwell e Admirável Novo Mundo de Aldux Huxley), me tornei uma leitora muito mais crítica com relação a esse tipo de obra.
Para nos desapontarmos com Esqueça o Amanhã de Pintip Dunn, nem precisamos ir muito longe, fica mais do que evidente que a história perdeu completamente o seu propósito, quando o foco passou a ser um romance bobinho envolvendo a protagonista e seu crush do colégio. Sei levar em consideração que o livro é voltado para o público jovem, mas acho que isso não é argumento para amenizar as minhas opiniões a uma obra, particularmente, ruim.
Esqueça o Amanhã | A história
Porque a esperança, por mais irracional que seja, é uma coisa poderosa.
Esqueça o Amanhã (Galera Record) tem uma premissa interessante. Estamos diante de uma sociedade distópica, na qual, todos os adolescentes prestes a completar 17 anos recebem uma memória do seu eu no futuro. A partir de então, a sua vida passa a girar em torno dessa revelação, afinal, a visão consegue dar um norte para cada jovem, facilitando ou dificultando os seus próximos passos na vida.
Mas, quando Callie recebe a sua visão do futuro, tudo parece desmoronar. Ela se vê matando a própria irmã e mesmo ainda não tendo concretizado tal ato ou até mesmo, entendido as consequências da memória, acaba presa pelo governo, responsável por encarcerar no Limbo todos os jovens que tiveram algum tipo de visão comprometedora de seu próprio futuro.
A escrita de Pintip Dunn
Só consigo distinguir o contorno do seu corpo em meio à escuridão, mas mentalmente lembro de cada detalhe do seu rosto. As covinhas nas bochechas. Cílios tão longos que tenho medo de que fiquem embaraçados. Dentes brancos e retos num sorriso de matar.
A escrita da autora começa de uma maneira até que envolvente, a obra poderia se encaminhar para algo razoável se prosseguisse como a primeira metade do livro. Estava interessante conhecer alguns aspectos da sociedade distópica e futurística, na qual a trama se passa, mas mal temos tempo de nos ambientar e digerir essas informações quando a escrita torna-se maçante e infantil, na tentativa de desenvolver o primeiro amor de um jovem casal insosso.
Qualquer detalhe sobre o desenvolvimento da história se torna menos importante para os constantes comentários melosos da protagonista, comentários esses que ocorrem inclusive em partes cruciais da história e compromete todo o ritmo da leitura.
Callie se tornou uma personagem difícil de conviver e, a meu ver, a tentativa da autora de criar uma personagem empoderada que fará o que for necessário para “proteger a irmã e impedir que a sua memória do futuro se realize” perdeu completamente a credibilidade frente a uma mocinha que vê a solução da sua vida no crush.
O que são expressões vazias para tranquilizar alguém em um mundo no qual é possível enxergar imagens concretas do futuro?
Além do incômodo com o romance que, já deve estar suficientemente claro nessa resenha, eu achei um pouco confuso compreender as motivações para o comportamento de algumas entidades do governo, mas confesso que não tive ânimo para refletir um pouco mais sobre o assunto, já que tinha perdido completamente o interesse pela história.
Esqueça o Amanhã é o primeiro livro de uma trilogia de mesmo nome. Não sabia desse fato antes de iniciar a leitura, mas devido a todos os problemas que encontrei para me envolver, não é uma série que eu pretendo continuar acompanhando.
Vocês já conheciam essa história? Tiveram problemas com a leitura assim como eu? Por hoje é isso pessoal, até mais :)
Título: Esqueça o Amanhã | ISBN: 8501077461 | Ano: 2017 | Especificações: 384 páginas | Editora: Galera Record | Comprar: amazon
[Esse livro foi enviado pela Galera Record]
Oi Dai .Primeiramente essas fotos que você tirou estão uma tentação,por uns segundos nem consegui prestar atenção na resenha porque estava de olho nesse pão de forma com geleia.
Eu não sou a maior fá de distopia e fantasias porque normalmente em alguma altura o escritor começa a se perder na história.
Mas infelizmente esse livro mesmo tendo uma premissa bem interessante ,acabou se perdendo logo no primeiro.
Decepcionante quando isso acontece.
Amei a resenha
Meu mundinho quase perfeito
Que bom que gostou das fotinhos <3 Eu gostei bastante de criar esse cenariozinho para as fotos! Apesar da leitura ter sido tão mais ou menos :/
eu até gosto de distopias, mas tem que ser MUITO bem escrita pra me prender, e essa não me chamou a atenção. suas fotos são maravilhosas ♥
Ahh obrigada Su <3
meudeusdoceu que fotos mais perfeitas!! já quero essas frutas vermelhas e essa torrada hehe, e claro, gostei também de conhecer esse livro
http://www.tofucolorido.com.br
http://www.facebook.com/blogtofucolorido
ahhh que bom que gostou <3
Foi a primeira resenha que encontrei desse livro. Eu nem conhecia o título, mas tinha me interessado quando vi que se tratava de uma distopia. Adoro esse gênero e penso o mesmo que vc,depois de ler Nós e Admirável mundo Novo passei a olhar com outros olhos.
Não sei se leria este porque eu confio no seu gosto ahuiAHIHAuHAuiHuiHuiHAu
E já perdi o meu interesse pela leitura.
Beijos
Realmente vi poucas resenhas sobre ele Clayci, mas olha, encontrei pessoas que gostaram… varia muito do gosto de cada um, né? hahaha Beijos
Dai, as suas críticas são maravilhosas! A honestidade que você carrega e a forma detalhada com que as formula, deixam tudo ainda mais intenso e necessário. E, mesmo quando a crítica traz pontos construtivos para uma obra que deixou a desejar, você encaixa reflexões bacanas trazidas por ela: o que torna ainda mais deleitoso! Fiquei curiosa para conferir, talvez eu me apegasse mais aos entornos, já que o foco foi o romance. Sou louca por romances, mas, de fato, uma distopia geralmente é para servir de metáfora para problemas sociais e afins que vivemos, e perder a linha disso, mesmo que em paralelo, é trágico.
http://www.semquases.com
Ah muito obrigada vanessa :) com relação ao que você disse sobre distopias servir como metáfora, concordo plenamente :)
Não sou muito fã de distopias, são poucas que realmente chamam a minha atenção. Apesar da premissa ser legal, percebi que esse livro não é pra mim. Os pontos negativos que você citou com certeza me irritariam, então nem vou dar uma chance à história. Espero que para quem for acompanhar a trilogia, a história acabe melhorando com o tempo.
Beijos, Gabi
http://www.reinodaloucura.com
Tomara que a autora melhore a história nos próximos, né? mas acho que não vou acompanhar também não 3
Eu dei um tempo na leitura de distopias porque tava meio cansada de ideias boas se transformarem em romances bobos ou triângulos amorosos (que eu odeio demais). As histórias tinham tanto potencial, mas acabavam caindo nos mesmos pontos repetitivos e vazios.
E algumas tentativas de criar personagens femininas empoderadas pra mim acabaram resultando em personagens chatas e que se achavam as donas da razão em absolutamente tudo.
Uma pena que não tenha sido uma leitura boa :(
Mas pelo menos as fotos ficaram lindas hehehe
Beijos ♡
Esse é o mal das distopias voltadas para o público juvenil, a história se perde no romance o que não deve ser o ponto central de distopias, né? Quanto as personagens donas da razão, nem me fale, não tenho paciência nenhuma pra isso hahaha!
Que bom que gostou das fotos <333