Aguardei a minha ida ao cinema com bastante expectativa para ver o resultado de uma combinação que pra mim, aparentemente sempre dá certo, o mix de Johnny Depp, Helena Bonham Carter e Tim Burton. Dessa vez porém, fiquei completamente decepcionada ao me deparar com uma história sem propósito, sem liga, sem química entre seus elementos.
O filme é uma adaptação de uma série televisiva americana transmitida entre as décadas de 60 e 70 (Mais informações aqui) numa trama que gira em torno do personagem principal Barnabas Collins vivido por Johnny Depp e a bruxa Angelique Brouchard interpretado por Eva Green. Veja a sinopse oficial:
“No ano de 1752, Joshua e Naomi Collins, com seu jovem filho Barnabas, navegaram da Inglaterra até a América, para começar uma nova vida. Mas mesmo o oceano não conseguiu afastar a terrível maldição que afetava esta família.
Duas décadas depois, Barnabas (Johnny Depp) é o homem mais poderoso da cidade de Collinsport, no estado do Maine. Rico, poderoso e um inveterado boêmio, até que ele comete o grave erro de magoar Angelique Brouchard (Eva Green). Uma bruxa, em todos os sentidos da palavra, ela o condena a se tornar um vampiro e ser enterrado vivo.
Dois séculos depois, Barnabas acaba escapando de sua tumba, se deparando com o novo mundo do ano de 1972. Retornando à sua cidade, descobre que o império de sua família acabou. Porém, alguns descendentes ainda sobrevivem, cada qual com seus segredos. A matriarca Elizabeth Collins Stoddard (Michelle Pfeiffer) conta com a ajuda da psiquiatra Julia Hoffman (Helena Bonham Carter), para lidar com os problemas familiares.
Além disso, na mansão dos Collins também vivem outras figuras, como Roger Collins (Jonny Lee Miller); a rebelde filha Carolyn Stoddard (Chloe Moretz) e o precoce filho David Collins (Gulliver McGrath). O mistério se expande além da família, com o zelador Willie Loomis (kackie Earle Haley) e a nova babá de David, Victoria Winters (Bella Heathcote).”
A proposta acima tornou-se apenas uma casca para alojar personagens distantes e sem conexão. O filme mostra-se incompleto, sem ser capaz de absorver o expectador. As histórias dos personagens são lançadas ao filme de maneira estranha que criaram muitas vezes expectativas que iriam acrescentar posteriormente algo importante a trama, mas que em pouco tempo foram descartados, em vez disso, o que vemos é uma tentativa falha de completar esse grande vazio com piadas que na maior parte das vezes não surtem efeito e está ali, apenas para quebrar a densidade da produção e transformá- la numa espécie de galhofa, isso não é uma crítica da minha parte, seria até legal se as piadas possuissem um certo fundamento e não fossem completamente apelativas.
O que restou de Tim Burton na produção resume-se a fotografia do longa. O ambiente é sombrio e as cores caracteristicas do estilo do autor, gostei da mescla entre a arquitetura antiga, como a própria mansão dos Collins e o seu tom vampiresco confrontando com as inovações e mudanças da década de 70. A aparencia incomum dos personagens são um atrativo a parte. Eu gostei muito da caracterização do Barnabas Collins, ele retoma as caracteristicas do vampiro clássico que costumava queimar a luz do sol. depp trás seus trejeitos habituais, lembrando a peculiaridade do Edward Scissorhands com o olhar e atitude audaciosos do Captain Jack Sparrow
Imagina os ingredientes de um bolo, que separados, não formam algo realmente atrativo. Dark shadows pra mim foi assim, hora um pedaço contendo só a farinha, ora só as claras em neve, enfim os “ingredientes” da produção foram abordados isoladamente e o que tinha tudo pra dar certo e formar um bolo admirável, se perdeu no caminho sem o elemento chave que ligaria todas essas partes.
Ps: Os expectadores do cinema também não contribuíram positivamente para a minha experiência com Dark Shadows. Acho que o tópico “O que (definitivamente) não fazer no cinema” pode merecer um Post bem interessante aqui no Colorindo! :(
que pena, me parecia bom. Tomara q Tim Burton se reerga logo
Eu acho que o problema nem deve ter sido o Tim Burton em si, mas a própria adaptação, que acabou ficando no meio termo. Provavelmente nos próximos filmes autorais dele, as coisas voltem “ao normal”