Já imaginou ir gradativamente perdendo as suas memórias até chegar ao ponto de deixar de ser completamente quem é? Esse é o drama abordado em Para Sempre Alice que traz às telas a questão do mal de Alzheimer de um tipo raro que se manifesta precocemente e é capaz de levar a demência.
A protagonista é Alice, uma mulher que acaba de completar 50 anos, de natureza forte, bem sucedida que foi capaz de criar três filhos, construir uma família feliz e ainda se tornar uma renomada educadora e pesquisadora na área da linguística.
O filme é focado desde o início na degradação que ocorre na vida da personagem, desde o momento em que não reconhece o campus da universidade onde leciona em uma falha repentina de memória até o momento em que se perde completamente dentro de sua própria cabeça.
Nos sentimos parte do cotidiano de Alice e acompanhamos de perto a progressão da doença. É legal notar que nos sentimos um pouco perdidos, sem ter referencia exata do tempo que se passou entre uma cena e outra e temos que nos atentar a outros sinais como as críticas que Alice recebe dos alunos ao final do semestre ou a gravidez de sua filha mais velha.
O filme tenta focar no relacionamento familiar de forma indireta. Visto que a doença afeta a todos a volta do paciente que passa a exigir cada vez mais cuidados até se tornar completamente dependente, a doença de Alice é ainda mais perversa por se tratar de uma anomalia genética que poderá ser transmitida a seus filhos e a outras gerações futuras.
Além do aspecto científico, que consegue desmitificar o Alzheimer como uma doença exclusivamente de idosos, vemos a história por um lado mais humano, já que, inevitavelmente nos colocamos no lugar de Alice, sendo assustador pensar que cada dia vivido é um dia a menos conscientes de nossa própria existência.
Passamos a observar quais são os nossos maiores bens. Nossas ideias, sentimentos, lembranças e experiências de vida constituem o que chamamos de identidade, perder esse aspecto da vida é literalmente, deixar de ser quem é. Um corpo que fica e uma mente que se vai.
Juliane Moore está ótima no papel que lhe rendeu o Oscar como melhor atriz em 2014. O ponto que considero falho no Longa foi a construção dos outros personagens. Com exceção de Lydia, a caçula vivida por kristen Stewart, em mais uma interpretação insossa, seus outros filhos não conseguem se desenvolver ou ganhar forma na trama.
Para Sempre Alice é um filme triste, capaz de nos fazer refletir sobre a fragilidade da vida e a importância do momento presente.
Vocês já assistiram? O que acharam desse filme? Beijos e até a próxima!