Livro – O Papel de Parede Amarelo de Charlotte Perkins Gilman

papel parede amarelo - colorindo nuvens

Quando esse livro chegou aqui em casa não fazia ideia do que ele se tratava, mas não demorei a perceber a sua importância no cenário atual ao ler o prefácio inédito da filósofa Marcia Tiburi.

O Papel de Parede Amarelo lançado pela editora José Olympio é um clássico da literatura feminista, mas por anos foi considerado apenas um conto de terror gótico ao estilo das obras de Edgard Alan Poe. Na década de 70, no entanto, foi descoberto por uma nova geração de feministas que reconheceram a importância da obra para o movimento.

O livro é contado através do diário da protagonista que vê na escrita, o seu único refúgio e tentativa de manter a sua própria identidade.

papel parede amarelo - colorindo nuvens

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Diagnosticada com depressão nervosa pelo marido médico é levada para uma casa de campo, onde, por recomendação, precisa ficar isolada. Orientada a não fazer nenhum tipo de esforço seja ele físico ou intelectual, todas as vezes que escreve é as escondidas e é através dos seus relatos que percebemos a fragilidade de seu estado e como o isolamento foi fator decisivo para a sua drástica piora.

É nesse cenário que um padrão diferente e irregular no papel de parede amarelo do quarto chama a sua atenção e a partir desse momento, fica obcecada por decifrá-lo.

Todas as passagens são repletas de significados sutis que remetem a uma época em que as mulheres eram completamente passivas ao seu marido e senhor. Impedida de fazer o que gostaria como conviver com outras pessoas ou realizar algum tipo de trabalho, a protagonista é tratada como uma propriedade e John, seu marido, toma todas as decisões por ela, sem dar-lhes chances de argumentar.

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A história é um verdadeiro retrato sobre a situação das mulheres do século XIX, escravizadas em seu próprio lar, tendo suas casas como verdadeiras prisões.

O mais interessante é que a obra tem caráter autobiográfico. Quando escreveu o conto do Papel de Parede Amarelo, Charlotte Perkins Gilman baseou-se em suas próprias experiências, no período em que passou por doença e tratamento semelhante durante o seu primeiro casamento e foi, até mesmo, impedida de continuar escrevendo.

O conto é bem pequeno, conseguimos ler de uma só vez, porém a atmosfera da história é bem densa, principalmente se prestarmos atenção a mensagem que o livro deseja transmitir.

O prefácio e o posfácio são bem interessantes e nos ajudam a enxergar todo o significado da obra e o que a tornou um verdadeiro símbolo do feminismo.

Vocês já conheciam esse conto? O que acharam? Beijos!

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[Esse livro foi enviado pelo Grupo Editorial Record]

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