Em um longínquo domingo fui ao cinema assistir A Batalha dos Cinco Exércitos, filme que conclui a trilogia do Hobbit. Dessa vez, as minhas expectativas estavam bem baixas, apenas gostaria de saber como a história iria terminar, já que a meu ver, pouco conteúdo sobrou para a terceira etapa dessa aventura.
A minha maior curiosidade era justamente entender como Peter Jackson conseguiria encontrar uma maneira inteligente de amarrar todas as pontas soltas do enredo. O fato da jornada de Bilbo e da comitiva de anões ter se tornado uma trilogia nunca me incomodou. O livro de Tolkien, ao qual a história se baseia, tem uma escrita simples de aspecto infantil e para torná-la um blockbuster seria necessário algo a mais.
Inicialmente achei bem interessante tentar inserir outros personagens do vasto universo criado por Tolkien e a escolha de três filmes seria justificada (tirando o interesse financeiro) se houvesse história suficiente para as três produções, mas infelizmente cheguei a triste conclusão de que essa ideia era extremamente equivocada.
O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos foi uma conclusão decepcionante, de uma sequência de filmes que me agradaram muito. A frustração que sinto no momento, no entanto, não é capaz de ofuscar o brilho de O Hobbit – Uma Jornada Inesperada e O Hobbit – A desolação de Smaug, filmes que entraram para lista dos meus favoritos!
A terceira e última etapa dessa jornada iniciou-se com cenas de ação muito boas, nas quais, Smaug mostra a sua fúria derramando as suas chamas sobre a cidade do lago. Pela rapidez com que tudo se conclui, a meu ver, esse desfecho se tornaria muito mais impactante se tivesse sido exibido no final de A desolação de Smaug, mas esse nem de perto, foi um dos maiores furos da produção.
O exército de elfos liderados por Thranduil
Como o próprio nome diz, o foco principal do filme foi a batalha dos cinco exércitos. Por um lado tínhamos Bard (Luke Evans) e os homens da cidade do lago se dirigindo até a montanha em busca de recursos para reconstruir as suas casas. Thranduil (Lee Pace) e os elfos da floresta buscando recuperar as antigas joias de seu povo, Dain (John Bell) e seus 500 Anões indo em auxilio a Thorin (Richard Armitage) e o exército de Orcs e Wargs liderados separadamente por Azog (Manu Bennett) e Bolg (John Tui).
Thorin, passa a maior parte do tempo mergulhado na sua obsessão dourada, sucumbindo a loucura de ter todo o ouro da montanha só para si, nem que para isso precisasse desencadear uma guerra. Já o pobre Bilbo (Martin Freeman), responsável por uma das ações mais importantes dessa história, fica completamente esquecido, praticamente perdendo o seu posto como protagonista. Gandalf (Ian McKellen) também é acometido desse mesmo mal, e depois de estar fragilizado pela rápida batalha com o Sauron, nem aparenta ser a sombra do grande Mago que sempre fora.
As ações heroicas, no entanto, ficam por conta do jovem Legolas (Orlando Bloom) capaz de realizar as maiores estripulias acrobáticas em cenas que chegam a causar risos pelo seu exagero e forçação de barra. Nada simplesmente convence, ou é feito de maneira exagerada demais, ou jogado de qualquer jeito na história, como quando alguém quer se livrar de algo a qualquer custo e o mais rápido que puder.
O exército de Orc liderados por Azog
A trama perde o ritmo em diversos momentos, ora por dar importância injustificada a personagens completamente descartáveis, como o caso de Alfrid (Ryan Gage), responsável pela tentativa fracassada de inserir cenas de humor. Ou pelos 50 longos minutos de batalhas incessantes que exagera em inserir até mesmo, vermes gigantes que seriam capazes de acabar com toda a guerra em poucos instantes mas que pouco acrescentam a luta.
Há quem tenha adorado o filme, mas para mim, esse foi sem dúvida, o mais fraco dos três. É estranho a gente ficar meio triste por algo que, tecnicamente, não vai mudar em nada a nossa vida mas é inevitável não se decepcionar quando sabemos que a história poderia ter potencial para se tornar boa!
Espero ter apresentado todos os argumentos que justifiquem a minha opinião. E vocês? O que acharam? Tem alguma dica a dar para o Peter Jackson? Rs