Piteco – Ingá por Shiko, marca o encerramento da primeira etapa do projeto Graphic MSP. Em Astronauta Magnetar exploramos toda a solidão do espaço; Laços reforçou a grande amizade entre os personagens mais famosos da turma; Pavor Espaciar uniu uma história bem-humorada com uma pitada de ficção científica e para finalizar, Piteco Ingá nos transporta para a pré história brasileira.
A história marca a migração do povo de Lem para outras terras, uma vez que, uma grande seca minguou o único rio que abastecia a aldeia. Porém, enquanto todos se preparavam para seguir os conselhos de Thuga, uma espécie de sacerdotisa capaz de interpretar os sinais dos antigos, os homens tigres, membros de uma aldeia rival, a captura para oferecê-la como uma oferenda especial para o deus adorado por eles.
Diante disso, Piteco une forças com seu amigo Beleléu e a valente Ogra, e partem para resgatar Thuga das mãos do inimigo prometendo reencontrar o seu povo que segue em uma longa caminhada em busca do místico rio vermelho.
Piteco não é um dos personagens mais populares de Maurício de Sousa. Apesar de gostar de suas histórias em quadrinhos tradicionais, eu não me lembrava de muitos personagens que aparecem na história como os homens Tigres, Beleléu ou até mesmo a Ogra. Os únicos personagens mais marcantes para mim era o próprio protagonista e a apaixonada gordinha que não se cansava de implorar pelo amor do caçador.
Nessa história, porém, Thuga ganhou uma importância maior se tornando a Xamã de um povo, “aquela que carrega os olhos ocos da águia. Que vê o futuro e fala com os antigos”.
Shiko construiu uma história que considera e dá valor a cultura brasileira escolhendo a Paraíba e a pedra do Ingá, monumento arqueológico tombado como patrimônio nacional, como palco para a HQ. Ele também fez a sua versão de criaturas místicas que fazem parte do folclore brasileiro.
M-Buatan é a versão de Shiko para o Boitatá, já o deus Arapo-Paco é inspirado no Curupira ou Caipora. Além de toda essa essência cultural, o que mais chama a atenção nas Graphic MSP, é a arte, as cores, o traço de personalidade de cada artista que aceitaram participar do projeto proposto por Sidney Gusman.
Para dar cores a Piteco – Ingá Shiko utilizou pintura em aquarela e o resultado são ilustrações marcantes seguindo o padrão de alta qualidade dos outros lançamentos.
Essa é uma coleção muito bonita para se ter na estante. Os lançamentos da segunda fase do projeto Graphic MSP já foram anunciados e as minhas expectativas estão altas!
Vocês já conheciam essa série de quadrinhos inspirado nos personagens do Maurício de Sousa? Gostaram da resenha? Até mais pessoal!